Maria Bonita, embaixatriz da arte na fronteira .



Pelo trabalho que desenvolve diariamente, transformando peças aparentemente simples em complexas obras de arte, a artista plástica Maria Bonita Georges, destaque desta coluna, pode ser chamada de embaixatriz da arte na região de fronteira, pois valoriza as coisas da terra, o que boa parte da população descarta. Aproveita cada fio, cada centímetro de algum produto ou material cujo destino seria o latão de lixo em seus trabalhos, técnicas contemplado as coisas e raízes da fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero. Em 1958 ao lado da irmã Arlete com apoio da mãe, a senhora Deidâmia Saldanha, conhecida pelo carinhoso apelido de “Vó Nena”, a jovem Maria Bonita já buscava caminhos que a levassem a cultura. O seu primeiro mestre foi o artista alemão Ranximer, que tinha umas das matérias - primas de seu trabalho a pintura feita à base de pó de carvão, pouco utilizado nos dias atuais. Em 1960 passou a ter noções de pintura com a professora D. Antônia Capilé, mãe do saudoso Isaac Borges Capilé, o professor Borginho. D.Maria se recorda que em janeiro de 1960 quando começou a ter aulas de arte com a professora Antônia já repassava noções de reciclagem. “O termo correto naquele tempo era reaproveitamento, não era usada a reciclagem de hoje”. Outro lado lembrado pela artista plástica que D. Antônia ensinava a reaproveitar tudo que pudéssemos bastava um pouco de imaginação para um simples pedaço de lixo virar arte. Sempre recebo de amigos materiais que iriam para o lixo, mas com muita criatividade, alguma técnica e muita força de vontade transformo em arte. Um quadro, em enfeite, enfim, o que vem à cabeça, mudo lixo para arte. Dentre os materiais utilizados, estão papel-jornal, parafuso, lata, tudo que possa ser reaproveitado, uma simples vassoura velha, ou concha de mantimentos são transformados em peças de decoração, tudo que possa ser reaproveitado. Atualmente a artista plástica não se descuida da modernidade e freqüenta aulas de ateliê (ou escolinha de outrora) do artista Gustavo Marques. No ano passado o artista paulista Marcial Betti um dos mais renomados do eixo Rio-São Paulo esteve em Ponta Porã e ministrou aula. “Aprendemos muito” resume. Precisamos encontrar meios de viver sem destruir a natureza ela é nossa fonte de vida, para o futuro a artista plástica já tem uma meta: ensinar tudo que aprendeu até agora ministrando aulas. D. Maria trabalha com pátina com técnicas em mármore, craquelê, acetinado e rústico, peças com jato de areia, sal grosso, argila e serrin tingido dentre outras. Temos como exemplo na galeria de imagens; peça que se destaca, ninho de “ARARAS DE MATO GROSSO”, feita de ferro velho e uma antiga antena de televisão, o objeto foi envelhecido para dar um ar de antiguidade e luxo. D. Maria comenta que dentre as pessoas que á incentivaram a continuar seu belíssimo trabalho não poderia deixar de citar; Dra. Eliz Saldanha, Sra. Eloísa Helena, e uma das suas netas, Bruna Valdir Viesso Georges, que atualmente reside na cidade de Santo Antônio da Platina-PR. Bruna enviou uma amostra de uma caixinha para guardar bijuterias feita de refrigerante (Pet).




“Quero repassar meus conhecimentos a quem gosta de arte e faz dela um meio de colaborar com a sociedade, reciclando tudo que poderia prejudicar a natureza. De uma forma ou outra”.



Podemos afirmar que “D. Maria Bonita expõe com brilhantismo suas obras de arte”.

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